O Ministério Público do Trabalho marcou nova reunião com a Volkswagen, agendada para 29 de novembro, para discutir a reparação da empresa em um caso de trabalho escravo ocorrido nas décadas de 1970 e 1980.
A segunda audiência sobre o processo foi realizada nesta quinta-feira, em São Paulo. De acordo com o procurador Rafael Garcia, a empresa negou responsabilidade sobre as situações de submissão de trabalhadores a condições degradantes de trabalho na Fazenda Vale do Rio Cristalino , conhecida como Fazenda Volkswagen, no Pará.
Uma comissão do MPT foi formada após o recebimento, em 2019, de documentação impressa em que constavam as denúncias. O material foi reunido pelo padre Ricardo Rezende Figueira, que, na época, era coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Entre as violações que constam nos documentos estão a constante vigilância armada e o regime de servidão por dívida. Esse tipo de crime não prescreve e a reparação pode ser exigida a qualquer momento.
Também foram agregados ao processo novos documentos e oitivas de alguns dos trabalhadores escravizados.
As reparações resultantes dessa investigação podem ser individuais e coletivas.
Sobre o longo tempo para que o caso fosse levado à Justiça, o procurador lembra que o país vivia sob o regime militar e que só é possível fazer o enfrentamento ao trabalho escravo, se estivermos em um ambiente de democracia plena.
Procurada pela Agência Brasil, a Volkswagen informou que “não comenta processos em andamento”.
* Com informações da Agência Brasil
Direitos Humanos Brasília 29/09/2022 – 22:50 Agência Brasil Beatriz Arcoverde* – Editora da Radioagência Nacional Fazenda Volkswagen quinta-feira, 29 Setembro, 2022 – 22:50 1:58