As práticas de lawfare deixam pelo caminho sofrimento e vidas destruídas. Muitas vezes não há solidariedade com as vítimas, porque há receio ou temor de que qualquer apoio, nem que seja simbólico, implique em um comprometimento com uma arriscada causa alheia. Este é um engano que a maioria das pessoas comete, porque ser alvo de práticas de lawfare é tão comum hoje em dia quanto pegar Covid-19. Uma diferença importante é que para as práticas de lawfare ainda não há vacina para ao menos reduzir as sequelas dessa epidemia que acomete o Estado Democrático de Direito. Neste contexto, tornar-se um paciente ou vítima de lawfare por meio da justiça e do Direito prescritos em gabinetes de ódio significa, no mínimo, ser acometido de sofrimento psíquico e de prejuízos à saúde mental.
Se é verdade que o lawfare exala insidioso desejo de provocar esgotamento e tortura nas pessoas, catalisando as condições propícias ao desenvolvimento de estresse, depressão, síndrome de pânico e transtornos mentais, não é menos verdade que à falta de antídoto eficaz contra os seus efeitos colaterais emergem dessa guerra jurídica aqueles que têm o conhecimento para lidar com essa patologia. Sim. São pessoas capacitadas para rapidamente entenderem a realidade e formularem ajuda para quem precisa de apoio.
Um desses seres iluminados e de alma generosa que está na linha de frente dessa batalha inglória é o especialista em Saúde Pública e deputado estadual Mauro Rubem. Mauro Rubem é um democrata e um guerreiro aliado de muitas causas de interesse do povo de Goiás. Por isso, merece e já tem enorme reconhecimento do povo goiano. O que muita gente não sabe é que Mauro Rubem salvou a minha vida. Talvez nem ele saiba disso.
Em 2011, quando eu entrei como concursado na Agência Goiana de Comunicação (Agecom), passei a defender os interesses do povo goiano em relação a uma proposta que no final das contas equivaleria à privatização da TV Brasil Central e das rádios AM e FM administradas pela Agecom. Ao participar de duas audiências públicas, nas quais apresentei argumentos técnicos sobre o projeto, ao invés de ser considerado como um profissional qualificado para agregar algum valor ao debate da criação da TBC News, fui indiciado em PAD e processado criminalmente e civilmente. Essa história está narrada cronologicamente no livro Urgência Urgentíssima – Manifesto pela gestão democrática de meios de comunicação públicos.
É dureza ser achacado como servidor público. Até caluniado em Diário Oficial eu fui. São coisas que prefiro nem lembrar, porque a canalhice a qual fui submetido era a mesma coisa que disparar tiro de canhão em um indivíduo desarmado. E como Mauro Rubem salvou a minha vida? Foi solidário comigo, indicou os serviços pro bono de advogados jovens e extremamente preparados e tentou me acalmar para enfrentar a luta que viria. Joguei fora a receita de uma batelada de remédios calmantes, que um médico havia me prescrito, e passei a tentar me defender da cachoeira de criminalizações em que fui atirado.
Voltando ao que interessa neste depoimento, deixo-o aqui escrito, porque considero Mauro Rubem um ser humano que respeita outros seres humanos. Consagra a sua vida a serviço da Humanidade. Exerce a política como a arte do possível, com consciência e dignidade. E se preocupa com pessoas comuns como eu, que jamais havia estado em seu gabinete na ALEGO. Eis um político que reúne em si a sabedoria de um Hipócrates, para quem toda doença precisa ser tratada com atenção especial ao contexto onde as pessoas estão inseridas. Valeu, Mauro Rubem!
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